A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês (Decreto n.º 187/71, de 8 de maio) visou a realização nessa área montanhosa de um planeamento capaz de valorizar as atividades humanas e os recursos naturais, tendo em vista finalidades educativas, turísticas e científicas.
No fundo, tratava-se de conservar solos, águas, a flora e a fauna, assim como preservar a paisagem nessa vasta região montanhosa do noroeste português.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês foi a primeira Área protegida criada em Portugal, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com idêntica classificação, desde a sua criação, por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à riqueza do seu património natural e cultural, sendo um dos últimos redutos do país onde se encontram ecossistemas no seu estado natural, com reduzida ou nula influência humana, integrados numa paisagem humanizada.
Vasto anfiteatro esculpido por geologias, ventos e águas, o Parque Nacional estende-se do planalto de Castro Laboreiro ao da Mourela, abrangendo as serras da Peneda, do Soajo, Amarela e do Gerês, por cinco concelhos - Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro e Montalegre - três distritos - Viana do Castelo, Braga e Vila Real - e duas províncias - Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro.
Nas zonas de altitude são visíveis os efeitos da última glaciação - circos glaciares, moreias, pequenas lagoas e vales em U.
A natureza e orientação do relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal, nomeadamente, matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens.
As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.
Estas serranias já foram solar do urso-pardo. O lobo Canis lupus vagueia num dos seus raros territórios de abrigo. A águia-real Aquila chrysaetos pontifica no vasto cortejo das aves. Micromamíferos vários, como a toupeira-de-água Galemys pyrenaicus, diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica (i.e. de peixes) que inclui a truta-do-rio Salmo trutta e o salmão enriquecem o quadro zoológico.
O passado traduz-se nos castelos de Castro Laboreiro e do Lindoso, monumentos megalíticos e testemunhos da ocupação romana.
A geira, o antigo caminho que conduzia os legionários de Braga a Astorga, sobrevive num trecho da antiga calçada e nos curiosos marcos miliários.
Curiosos povoados, a arquitetura dos socalcos, paradas de espigueiros, a frescura dos prados de lima, animam um quadro em que a ruralidade ainda está presente.
A culinária de uma região constitui-se como um dos elementos mais relevantes da cultura dos povos que nela habitam, das suas tradições e das suas histórias.
Do modo como as civilizações se integraram, enraizaram e desenvolveram em determinados territórios, derivam, tradicionalmente, os produtos e utensílios por elas utilizados na confeção dos seus alimentos.
É por isso um privilégio a reter que o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés, onde a presença do homem remonta de há muitos séculos, usufrua de uma riqueza e identidade gastronómica invejável, diversificada e bem vincada pela transversalidade de três regiões: Galiza (Baixa Limia), Minho e Trás-os-Montes.
A agrura e o isolamento das populações serranas foram-se refletindo na composição dos pratos típicos da região, onde os produtos que a terra ia provendo ao longo do ano, compunham a dieta do dia-a-dia.
Poderíamos iniciar aqui um exercício exaustivo de enumeração de pratos típicos, sobremesas e vinhos que tão bem acompanham essas iguarias, mas pecaríamos com toda a certeza por defeito.
Representativas da boa comida da região, não resistimos à menção de algumas entradas, sopas, pratos e sobremesas de causar água na boca.
Como entradas, sugerimos-lhe uma broa de milho ou, se preferir, um pão de centeio cozido num forno de lenha, acompanhado de um presunto ou chouriço fumado à lareira ou por um saboroso queijo. Um pouco por todo o Parque, encontrará a patanisca de bacalhau ou o bacalhau frito com ovo e farinha, resquícios dos pratos utilizados em muitas fainas agrícolas para matar o bicho a quem auxiliava nos trabalhos comunitários da aldeia.
Encontrará em cada localidade um sem número de sopas e caldos diferentes, sinónimos da dispersão geográfica que o Parque Transfronteiriço abrange.
Ademais de todas as carnes de vaca ou do cabrito serrano ou mamão, outros pratos de peixe ou de carne poderão ser saboreados no Parque Nacional.
Começando pela carne, são de salientar a posta barrosã e cachena servida com um arroz malandro de feijão “Tarestre” (produto reconhecido como “slow food”), um cozido à Minhota, “escorneado, esfoçinhado e esgravatado”, o sarrabulho servido com os rojões de porco, ou a chanfana de cabra, todos pratos abundantes e de substância. Como pratos de peixe, não se poderia deixar de referenciar a truta frita, simples ou com presunto, pescada nos rios ou ribeiras que calcorreiam todo o Parque. Também pescada nos rios límpidos da região, encontramos a tão procurada e afamada lampreia que vai deliciando quem a prova. Apesar de confecionada de várias formas, como são exemplo a lampreia em escabeche, assada, enrolada, seca ou à bordalesa, o arroz de lampreia é o prato pelo qual esta iguaria é mais procurada.
A acompanhar estes pratos, um bom vinho verde, fresco, leve e frutado, como o conhecido alvarinho, contribui para uma boa digestão dos manjares entretanto degustados.
A região é também muito doce, com a laranja de Ermelo, reconhecida como produto slow food®, que combina na perfeição com os charutos de ovos. Outras doçuras se destacam em toda a região, como por exemplo: o bucho doce, o doce de abóbora com nozes, o bolo e as rabanadas de mel, as filhoses de abóbora menina.
Deixe a rotina e venha conhecer outros sabores, cores e tradições, sentado à mesa de um qualquer restaurante deste território.
Finda as visitas e os repastos, que tal nos mexermos um pouco. Temos para oferecer, no Parque ou fora dele, durante todo o ano, um sem número de iniciativas e de atividades de animação.
Desde o caminhar por trilhos sinalizados, participar em atividades náuticas, tomar um banho em cascatas e piscinas naturais, relaxar numas termas ou spa’s, ou divertir-se num passeio a cavalo, o Parque Transfronteiriço oferece-lhe toda um conjunto de soluções.
Se procura desportos com mais adrenalina, a prática de canyoning, de rafting, de BTT, de paintball e de escalada são exemplos de desportos radicais que poderá praticar, todas elas disponibilizadas por empresas qualificadas.
A Escapeaway, tem para si dois espaços de eleição para passar as suas férias, em duas unidades de alojamento que apresentam um conjunto de comunidades e serviços que contribuirão para o seu descanso e para passar um período relaxador e retemperador.
Localizados em pleno coração do Alto Minho, em Arcos de Valdevez onde Portugal se fez, temos para si a Quinta da Toural e a Quinta de Padreiro.
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